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Os Anjos - Vigilantes de Genesis 6:1-4 e o Livro de Enoque.

Introdução:
Não é porque um livro é considerado apócrifo (não incluso no canon bíblico) que ele não seja verdadeiro, legítimo e descreva fatos históricos corretamente. Os livros canônicos são considerados livros que seguem uma mesma linha não conflitante teologicamente. No caso da Bíblia, os 66 livros são inspirados por Deus, mas ser inspirado, não significa que os autores entrarem em 'transe' e Deus tomou a mão deles e escreveu os livros, absolutamente, significa que os autores foram inspirados por Deus a escreverem em alguns casos revelações recebidas diretamente de Deus, mas também escreverem sobre fatos e histórias de suas respectivas épocas ou sobre acontecimentos passados que Deus decidiu que eram relevantes aos leitores. 
Temos a nossa disposição muitos outros livros que não estão na Bíblia mas que refletem historicamente a realidade e a verdade sobre pessoas e fatos do passado. Um bom exemplo, muito conhecido dos brasileiros, é a coleção "A Historia dos Hebreus" de Flavio Josefo, publicado pela CPAD.
Um bom livro histórico, em minha opinião e na opinião de muitos estudiosos da religião, culturas e línguas antigas, é o livro de Enoque que inclusive, serviu como base para os livros de Pedro, Judas e provavelmente de Paulo ao escrever Gálatas 3 e 4.

Vigias ou Vigilantes eram assim chamados os anjos descritos nos livros apócrifos de Enoque.
Estão divididos em dois grupos: os santos vigias e os "grigori" que são os Vigilantes.
Os Grigori ou Vigilantes é como são chamados os 200 anjos que abandonaram sua habitação original no céu e desceram à terra e se misturaram com as filhas dos homens.
Enoque 15:1 "Então dirigindo-se para mim, Ele falou e disse: Ouve, não se atemorize, justo Enoque, tu escriba da retidão: aproxima-te para cá, e ouve a minha voz. Vai, dize às Sentinelas do céu, a quem te enviei para rogar por eles; tu deves rogar pelos homens, e não os homens por ti. 2: Portanto, deves abandonar o sublime e santo céu, o qual permanece para sempre; deitastes com mulheres; vos corrompestes com as filhas dos homens; tomaste-a para ti esposas; agistes igual aos filhos da terra, e gerastes uma ímpia descendência."
Segundo Enoque 7:9 os líderes destes anjos seriam: Samyaza, que era o seu principal, Urakabarameel, Akibeel, Tamiel, Gadreel, Ramuel, Danel, Azkeel, Saraknyal, Asael, Armers, Batraal, Anane, Zavebe, Samsaveel, Ertael, Turel, Yomyael, Azazyel (Também conhecido como Azazel). Estes eram os perfeitos de 200 anjos, e o conhecimento estava com eles.
No Monte Hermon que significa o monte do acordo/aliança os 200 principais Grigori "olharam as filhas dos homens e acharam que estas eram agradáveis aos seus olhos e as desejaram." Neste lugar eles fizeram um acordo entre eles. Todos eles sairiam e tomariam para si as filhas dos homens, todas as que desejassem, e se fossem punidos por isso, todos aceitariam o castigo por igual.
Enoque 7:3 - "Então seu líder Samyaza disse-lhes: Eu temo que talvez possais indispor-vos na realização deste empreendimento.
4: E que só eu sofrerei por tão grave crime.
5: Mas eles responderam-lhe e disseram: Nós todos juramos
6: (e amarraram-se por mútuos juramentos), que nós não mudaremos nossa intenção mas executamos nosso empreendimento projetado.
7: Então eles juraram todos juntos, e todos se amarraram (ou uniram) por mútuo juramento. Todo seu número era duzentos, os quais descendiam de Ardis, o qual é o topo do monte Armon."
Os Santos Vigias foram depois enviados por Deus para castigar e tentar reorganizar o caos que os nephilim, filhos dos Grigori com as filhas dos homens, causaram na terra. Na verdade os Nephilins eram os filhos que nasceram da união entre os humanos e os anjos rebelados.
Segundo os livros de Enoque estes santos vigias eram liderados por Miguel. Entre os seus seis companheiros, todos eles Arcanjos, estava Rafael, Gabriel, Uriel e Sariel.
Estes são os nomes dos anjos Sentinelas: (Enoque 20:1)
Uriel, um dos santos anjos, o qual preside sobre o clamor e o terror.
Rafael, um dos santos anjos, o qual preside sobre os espíritos dos homens.
Raguel, um dos santos anjos, o qual inflige punição ao mundo e às luminárias.
Miguel, um dos santos anjos, o qual, presidindo sobre a virtude humana, comanda as ações.
Sarakiel, um dos santos anjos, o qual preside sobre os espíritos dos filhos dos homens que transgridem.
Gabriel, um dos santos anjos, o qual preside sobre Ikisat, (serpente) sobre o paraíso e sobre o querubim.
Alguns destes santos vigias são mencionados varias vezes na Bíblia e em outros livros de Enoque e Jubileus.
Na Bíblia alguns desses anjos são chamados de os sete anjos do apocalipse ou simplesmente vigias (Jeremias 31:6 | Daniel 4:17 | Miqueias 7:14).

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Vigilantes (Aramaic עִיר iyr, plural עִירִין iyrin, Teodotiano, da raiz de Heb., Er, "atento, vigilante", grego: ἐγρήγοροι, transl .: egrḗgoroi; , Grigori,  "Vigilantes", "aqueles que estão atentos", "guarda", "observador") é um termo usado em conexão com anjos bíblicos. Vigilante ocorre nas formas plural e singular no Livro de Daniel, onde se faz referência à sua santidade. Os Livros apócrifos de Enoque referem-se tanto a bons como maus Vigilantes, com um foco primário nos rebeldes. Daniel: No livro de Daniel 4:13, 17, 23 há três referências à classe de "vigilante, santo" (vigilante, aramaico, santo, aramaico qaddiysh). O termo é introduzido por Nabucodonosor que diz ter visto "um vigilante, um santo descido (verbo singular) do céu". Ele descreve como em seu sonho o vigilante diz que Nabucodonosor vai comer erva e ficar louco e que este castigo é "pelo decreto dos Vigilantes, a exigência pela palavra dos Sa